Caros Pais e Encarregados de Educação:

A escolha do tema cultural para o presente ano letivo, “AGUA, FONTE DE VIDA!”, faz sentido sob dois planos:

Por um lado, a maior ameaça à população que vive no planeta Terra, daqui a 25 anos, é a escassez de água potável. Este risco deve induzir em todos nós uma atitude pedagógica e socialmente responsável na utilização racional deste bem vital para a preservação das espécies.

Por outro lado, a água sempre esteve presente nos textos dos livros sagrados (Antigo e Novo Testamento) onde foi vista e sinalizada como um dom de Deus, que permitiu ao povo de Deus libertar-se da escravidão do Egito e que permite, através do baptismo, tornar-nos filhos do Criador.

Sob este signo, desafio-vos para uma vivência forte nas atividades desenvolvidas no nosso Colégio.

TERRA PLANETA ÁGUA

Dois átomos de hidrogénio prendem-se com firmeza ao seu hospedeiro de oxigénio. Numa espécie de dança, formando breves pares, como na troca constante de parceiros na dança de salão, vão estabelecendo vínculos casuais com outras moléculas de água. Um copo d’água pode não parecer muito animado, mas cada uma das suas moléculas muda de parceiro milhões de vezes por segundo e é por isso que as moléculas de água mostram tendência para se juntar às colegas (como as gotas d’água no capô do carro) ou para formar poças ou grandes lagos. De facto, se não houvesse esta combinação não existiríamos.

A água é uma substância estranha. Apesar de não ter gosto nem forma e ser transparente, queremos estar perto dela. Viajamos grandes distâncias e pagamos pequenas fortunas para mergulhar na água, mesmo sabendo que é perigosa e que se afogam nela milhares de pessoas por ano. Talvez por ser tão omnipresente tendemos a ignorá-la, mas esta substância extraordinária representa 75% de uma bactéria e 95% de um tomate. Os seres humanos são 65% água, o que nos torna mais líquidos do que sólidos. A superfície do planeta é 71% água. Em vez de Terra, seria mais apropriado chamar ao nosso planeta Água.

ÁGUA, FONTE DE VIDA!

«Se conhecesses o dom que Deus tem para dar e quem é que te diz: ‘dá-me de beber’, tu é que lhe pedirias, e Ele havia de dar-te água viva!» (Jo 4, 10)

O papa Bento XVI, no livro Jesus de Nazaré, considera a água como a primeira das “Grandes imagens do Evangelho de S. João” e descreve o sentido da água nas religiões em três sentidos que podem ser adaptados a três níveis de educação:

A educação dá vida: A fonte – Temos em primeiro lugar a fonte, a água fresca que brota do seio da terra. A fonte é origem, princípio, na sua pureza ainda límpida e intacta. Deste modo, a fonte aparece como elemento propriamente criador, e também como símbolo da fertilidade, da maternidade. (p.302)

O medo que a educação traz consigo: Os rios – Mas no batismo de Jesus vimos que a simbologia da corrente e da profundidade representa também o perigo; a imersão na água pode significar a imersão na morte; e a emersão pode simbolizar o renascimento. (p.303)

A educação enfrenta o mar do mundo: O mar – Uma força admirada e vista com assombro na sua majestade, mas sobretudo temida como o antípoda da terra que é o espaço vital do homem. (…) A travessia torna-se imagem do mistério da cruz. Para renascer, o homem deve primeiro entrar com Cristo no “Mar Vermelho”: descer com Ele à morte, para depois com o Ressuscitado chegar de novo à vida”. (p.303)

 

João de Deus Pires Asseiro, setembro de 2016

[Composição da APCRSI sobre extratos de “A short history of nearly everything” de Bill Bryson (2003) e sobre a “Água, Fonte de Vida!”, de João César das Neves (CRSI, 02.set.2016)]

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