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Esta é a nossa pátria

Esta é a nossa pátria. Terra onde nascemos. Terra dos nossos filhos e dos nossos pais. Território que D. Afonso Henriques começou a gravar em Zamora.

Nesta terra de anónimos e de heróis, pretendemos deixar o legado cristão e o passado obreiro. Para que as crianças de hoje possam estudar, brincar e ser felizes. Para que os jovens de amanhã, felizes, possam continuar a construir cidades e a erguer nações.

Há presente porque houve passado e nós seremos, para eles, consciência e justificação do futuro. O avô dos meus filhos, num contexto similar, diz que daqui naturalmente terá resultado o sentido de família, a consciência de pertença a um grupo bem identificado no mar amorfo da sociedade.

Quando discutimos a aprendizagem, o papel de cada um é claro: À escola, ensinar; Aos pais, acompanhar e sugerir. Se discutimos comportamento, educação ou ideário, então exige-se uma cumplicidade redobrada.

Por isso propomo-nos aproximar mais a comunidade escolar da comunidade familiar. Que nós pais possamos beber na fonte de vida representada pela Ginkgo biloba e que sonhemos e deixemos sonhar. Vamos trazer os anseios da comunidade e o conhecimento do mundo que tanto precisamos. Vamos trazer cavalos de várias cores.

Nós somos uma família, nós somos a família Cluny.

 

Poema de Reinaldo Ferreira
Paulo Simões Lopes, XII.2011

 

Quero um cavalo de várias cores,
Quero-o depressa, que vou partir.
Espera-me prados com tantas flores,
Que só cavalos de várias cores
Podem servir.

Quero uma sela feita de restos
Dalguma nuvem que ande no céu.
Quero-a evasiva -nimbos e cerros-
Sobre os valados, sobre os aterros,
Que o mundo é meu.

Quero que as rédeas façam prodígios:
Voa, cavalo, galopa mais,
Trepa às camadas do céu sem fundo,
Rumo àquele ponto, exterior ao mundo,
Para onde tendem as catedrais.

Deixem que eu parta, agora, já,
Antes que murchem todas as flores.
Tenho a loucura, sei o caminho,
Mas como posso partir sozinho
Sem um cavalo de várias cores?